quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Ser bom não é ser bobo

Vídeo de um senhor tentando sequestrar um menino de cinco anos na cara da família, em plena Avenida Paulista. Reportagem sobre um menino de 13 anos, assediado desde os 10 para participar de festas de pedófilos em Birigui, nas quais adolescentes são usados como ingressos. Que mundo é esse? O mundo em que meus filhos vivem.
Meninos são vulneráveis a todo tipo de violência. Meninos também são vitimas de abuso sexual e estupro, cometidos por homens e mulheres. Meninos merecem respeito e atenção da sociedade, não apenas desconfiança sobre o tipo de homem que se tornarão.
Por isso me recuso a criar meus filhos numa bolha, como se todos fossem bonzinhos.      
Converso sobre cristianismo, amor, compreensão, evolução espiritual, os princípios da caridade, do bem e da paz; tudo que a cartilha do "somos todos irmãos" prega. Ensino a contar até dez, a chamar primeiro a pessoa com autoridade para solucionar um problema - e tiro de festa se não segue as regras. Compro livros sobre como dominar os instintos e conviver com a violência - que servem pra mim, inclusive, pois não sou a reencarnação do Buda.
Entretanto, por uma questão interna de responsabilidade, ensino a se defenderem sim! Desde pequenos são orientados a não aceitar toques, mesmo que seja de amigos em fase de descobertas. Assistem a vídeos sobre isso. Já tiveram aula sobre legítima defesa e excesso punível, e sempre que necessário reforço o tema. Avisei a escola por escrito: política de não aceitar reação/legítima defesa e passar a mão na cabeça de quem agride, que só faz dar força para quem está errado e não protege a verdadeira vítima, aqui em casa não cola! 
Não me dou o direito de esconder dos meus filhos o mundo cruel onde daqui a pouco eles caminharão sozinhos. Não vou deixá-los iludidos no meio de pessoas egoístas que não sabem nem aprenderão o mínimo sobre seus deveres, que só conhecem seus caprichos, sempre terão compreensão e nunca serão cobradas por nada nessa vida. 
Pessimista não, sou realista e desapegada dos meus idealismos, mesmo que o coração desejasse a tranquilidade do B-612 para os meninos. Quem não concorda, que ensine os seus como bem entende.
Certa vez, depois de confrontar meu menino e dar uma boa bronca, ouvi da outra mãe que ela não tinha que corrigir o filho dela por ter agredido o meu primeiro, com empurrões e tapas no alto de um escorregador. Ela só queria que o santinho dela parasse de levar o que de fato merecia. Nenhuma correção, nenhuma desculpa - seu filho pode tudo!   
É em homenagem a seres desse tipo que meus filhos sabem que SER BOM NÃO É SER BOBO.

26 de outubro de 2016

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