O
exercício de um direito não pode atingir o direito alheio.
Seis
horas para percorrer um trajeto que normalmente dura cinquenta minutos.
Esperando
ônibus que não chega. Pegando linhas adicionais. Aguardando a boa vontade dos
que colocam barricadas.
Enquanto
a mãe espera sentada no coletivo, os filhos se viram sozinhos em casa. Eles não
têm mais ninguém.
Ela
acordou mais cedo, fez caminho alternativo, sem saber se conseguiria. Não pode
deixar de se dirigir ao trabalho, pois é o suor do dia que
proporciona o pão para os três. Ela não tem mais ninguém.
A lida. A dificuldade que aumenta. Há quatro
dias já. Às dez da noite, ela, que acordou às quatro da manhã, chega em casa
para cuidar dos seus. Ainda não pode dormir.
Nenhuma luta é de todos, por todos, se
desconsidera o prejuízo que causa a quem tem pouco (que é muito) a perder.
Quando proporciona desperdício, morte, caos programado e continuado.
Meu direito acaba quando começa o do outro.
Minha pauta sempre pode ser revisada, se eu me
dispuser a olhar ao redor, para além da minha boa intenção.
26 de maio de 2018
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