Nossos recursos escassos são caros.
Apesar disso, não podem ser cobrados; apenas voluntariamente doados.
Por isso, diante da mendicância daquele que nada sabe e implora, pouco conseguimos fazer.
Na insensatez de tentar compartilhar o mínimo, somos incapazes de dividir com quem não nos importamos.
De tão apegados, é preciso muito esforço até que cheguemos ao ponto de ceder nosso tesouro.
Entretanto, sempre haverá os merecedores das nossas pedras mais preciosas.
Aqueles que, solicitando uma única vez, ou nem pedindo, receberão o pouco que temos.
Aqueles que, como meteoros, aparecem e nos arrebentam o baú da preocupação, do carinho, do comprometimento, da consideração, da empatia.
Aqueles que, indo embora, nos deixam sem saber como lidar com quem perdeu a disputa pelo pote do apreço.
Esses arrebatadores da simpatia, na infinitude da vida, deixam marcas.
E nos custam muito, a perder de vista.
São, portanto, raros.
5 de maio de 2018
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