Eu
volto no tempo e me pergunto quando a escola passou a ter como missão criar os
filhos de tanta gente.
Os
anos passam e a instrução tem que competir com a educação.
Um
adulto entrega o tablet/celular na mão de um ser imaturo para lidar com tudo
que o brinquedo forjado oferece. A escola faz palestra para orientar os pais e
as mães sobre os desafios do mundo virtual. E de nada adianta, porque em casa
sempre haverá o drama do tempo curto e da prioridade que não permite controlar o acesso à Internet.
A criança precisa aprender a respeitar os
horários de estudo, lanche e recreio. A escola que se vire, porque os pais não
podem perder um tempinho para explicar o significado de pertencer a um grupo,
muito menos para treinar o filho a se alimentar com foco.
A criança morde e cospe, chuta e arremessa o
material do colega. A escola e os amiguinhos que compreendam, já que os
genitores não querem ser os chatos a mostrar o quanto uma mordida dói e
interromper a diversão que machuca.
A escola manda bilhetes lembrando que os pais
devem vigiar seus filhos após a aula, e não ficar papeando enquanto os anjinhos
quebram o parquinho e destroem o banheiro.
Na festa junina, a anfitriã da escola precisa
pedir encarecidamente para que os adultos desçam da cadeira plástico, pois ela
pode quebrar, e eles estão impedindo que os demais assistam ao
espetáculo.
A escola passa tarefa, incentivando o aluno a
revisar a matéria diariamente. Os adultos esgotados não veem que isso é ensinar
a estudar, e fazem motim porque falta tempo para auxiliar a criança a
desenvolver sua autonomia.
Sinceramente, acho que estamos precisando é de
escolas para pais e responsáveis legais aprenderem a ser... pais e responsáveis
legais.
13 de abril de 2018
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