O melhor
amigo diz que seu nome estava na lista do aniversário, porém foi cortado quando
a mãe soube que são três irmãos. Os dois falam sobre os presentes, sorriem e
brincam. Se os coleguinhas aproveitam diariamente o tempo precioso que passam
juntos, quem precisa de festa? E tudo bem.
Um
grande parceiro o convida para o evento, deixando de chamar o irmão. Ele aceita
e o outro entende; os meninos não nasceram grudados. O convidado comemora os
anos do amigo querido, reportando os momentos felizes assim
que entra no carro. Se as crianças passam os dias juntas, qual o problema de se
separarem na hora da diversão? E tudo bem.
Inevitavelmente, todo anfitrião seleciona os
convidados para seus eventos, por razões que a ninguém compete questionar.
Orçamento apertado, espaço restrito, tema escolhido, falta de afinidade,
religião, posicionamento político, a cor do céu. Tanto faz. E tudo bem.
Além disso, é natural recusar um convite, por
motivos que não estão sujeitos a debate. Problema de saúde, dificuldade de
locomoção, impossibilidade técnica, ausência de vontade, programação diversa, o
humor do dia. Agradeça a lembrança, decline com educação. E tudo bem.
É muito bom celebrar e ser celebrado,
aproveitar festividades, curtir reuniões com familiares e amigos.
Mas estabelecer limites, reduzir listas, não
receber convites, renunciar a chamados, aceitar recusas, faz parte do
crescimento. Em qualquer desses casos, é preciso ser maduro o suficiente para
não se sentir abandonado e/ou evitar constrangimentos. Isso se aprende desde a
mais tenra idade.
Um festejo marca um acontecimento específico,
uma data na agenda infinita da existência. O mundo não vai acabar se você não
for lembrado, muito menos se tiver um convite rejeitado.
Mais importante é transformar os encontros
possíveis em acontecimentos memoráveis. Tudo pode ser fonte de alegria: a
brincadeira de rotina, o café marcado, o esbarrão fortuito, o compromisso de
trabalho, o lanche improvisado. A festa interna não tem dia nem hora para
acontecer.
O que é um quadradinho do calendário, meu
filho, na imensidão de oportunidades da vida?
Cada qual com sua realidade. Convida quem quer
ou pode, aceita aquele que deseja ou consegue. Compreenda. Respeite. Queira bem
do mesmo jeito. E tudo ótimo.
Da série "Para os meus filhos"
28 de junho de 2018
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