Qual o sentido da renúncia
se carrega um fardo em si?
Por que busca exceção à regra
se o limite é missão que sorri?
Que fim há no sofrer ao ceder
se alegria não vige no aqui?
Voluntariado na convivência,
abdicação com louvor!
Resignação e persistência,
sacrifício sem dor...
Do contrário, paciência:
fuga da norma, torpor.
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
sexta-feira, 16 de novembro de 2018
Rotas
Rotas desviadas também guardam belas vistas;
trazem via, aprendizado, memória.
Caminhos diferentes levam a doces conquistas,
abrem a chance de uma nova história.
Nas curvas de diversas pistas,
o traçado da vitória.
12 de novembro de 2018
Ponto de vista
A vida pode ficar mais bonita
quando olhada da própria janela.
Nas beiradas suja, trincada, esquisita,
precisando de água, cola ou flanela...
Joia embaçada pela paisagem de brita,
exploradores dificilmente a entendem bela.
Seu olhar tanto suplica, a vidraça bendita:
muitos transitam, insensíveis; você convive com ela.
A árdua missão é sua e nunca deles, admita!
Dispense, pois, fardo que vem de esparrela.
Seja forte, aceite o pó, recuse a visita;
rechace torpor que lanterna alheia revela.
Perceba a fresta pequena, calorosa e restrita,
abrace ínfima transparência que encontra nela.
Atravesse o vidro, junte os cacos, recupere, permita.
A coragem enxerga o que a película não revela.
É preciso ultrapassar a cortina que agita.
Batalha interna não precisa de chancela.
Ponto de vista,
visão singela.
31 de outubro de 2018
Risco
O que é um risco
num livro escrito
em mil rabiscos?
Se o corpo cansa,
a alma dança
na esperança.
Num labirinto,
abraço o instinto,
sigo o que sinto.
Medo é espinho,
retiro as flores,
faço um buquê.
Viver é isso:
um asterisco
sem um dublê.
29 de outubro de 2018
num livro escrito
em mil rabiscos?
Se o corpo cansa,
a alma dança
na esperança.
Num labirinto,
abraço o instinto,
sigo o que sinto.
Medo é espinho,
retiro as flores,
faço um buquê.
Viver é isso:
um asterisco
sem um dublê.
29 de outubro de 2018
Balança
Há razões para não seguir a multidão.
É possível pesar fatos e retratos na própria balança.
Não é preciso pender para um lado, apenas por cobrança de
quem grita mais alto.
Pratos diferentes podem ter o mesmo peso, em formas e cores
distintas.
Ter opinião própria incomoda quem arrebanha seguidores.
Dispensar a interpretação alheia desagrada.
Ignorar as inúmeras críticas requer coragem.
Imprescindível a firmeza de princípios.
Essencial é ser fiel a si mesmo.
24 de outubro de 2018
Edições
Maquia realidade dolorosa
quem retira fato do contexto.
Vive certeza mentirosa
quem deturpa boa-fé como pretexto.
Esconde em bela frase ação pavorosa
quem omite preliminares do texto.
Imagens editadas.
Lembranças forjadas.
Conclusões equivocadas.
22 de outubro de 2018
quem retira fato do contexto.
Vive certeza mentirosa
quem deturpa boa-fé como pretexto.
Esconde em bela frase ação pavorosa
quem omite preliminares do texto.
Imagens editadas.
Lembranças forjadas.
Conclusões equivocadas.
22 de outubro de 2018
Lições
Respeitar as lições do passado faz entender que não temos controle de nada.
Aceitar as incertezas fortalece para encarar o futuro.
Surpresas e medos são inevitáveis e fazem parte de toda jornada.
É preciso coragem para explorar o outro lado do muro.
19 de outubro de 2018
Aceitar as incertezas fortalece para encarar o futuro.
Surpresas e medos são inevitáveis e fazem parte de toda jornada.
É preciso coragem para explorar o outro lado do muro.
19 de outubro de 2018
Lou(cura)
Insensatez é buscar consciência numa realidade inventada.
Loucura é abraçar a lógica quando o laudo já está dado
Mentiras trazem verdades.
Doidice, um escudo.
Loucura?
Que cura!
15 de outubro de 2018
Loucura é abraçar a lógica quando o laudo já está dado
Mentiras trazem verdades.
Doidice, um escudo.
Loucura?
Que cura!
15 de outubro de 2018
Sem rumo
Tantas crianças pequenas sem rumo,
solitárias na desorientação sofrida,
enquanto crianças grandes, incansáveis,
buscam a felicidade na vida.
Quem a tristeza abraça,
quando só se quer ser feliz?
10 de outubro de 2018
A cor da dor
A cor da minha dor
não é o outro que pinta.
Minha dor tem a cor
guardada na lata de tinta.
Recolha o pincel.
8 de outubro de 2018
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
Ocorrências
"Mãe, o meu irmão está me agredindo verbalmente!"
...
"Se você continuar, vou te dar mais um tapão, um cuecão e um calção."
"Você sabe que não dói, né?"
"Eu não tô nem aí se dói ou não, eu só quero te bater."
...
"Ah, mãe, ele ficou montando em mim, e eu fiquei dando soquinhos até ele sair."
...
"Para, para, para! Você é chato!"
...
Pergunto o que é calção e cuecão, de curiosa. Hoje nem quero ser juíza.
...
Enquanto escrevo, a saga continua. Agora a discussão é por chutes num balão. Eles brincam e brigam, brigam e brincam.
...
Eu tento anotar algumas ocorrências, faço questão de guardar fotos e vídeos.
Objetivos:
* Fazer uma caixa para entregar quando me virem "à toa" na aposentadoria e propuserem a divisão de responsabilidade, com a desculpa de me trazer diversão.
'Alegrem-se com meus registros, vejam o quanto já me diverti!', direi.
* Demonstrar algumas origens (não a única) de um possível (ou já instalado) abalo na sanidade mental.
Muito provavelmente, nada disso farei. Mas não custa sonhar.
A vida como ela é!
Da série "Sincericídio materno"
25 de setembro de 2018
Degraus
Para quem sobe a escada correndo, é difícil entender aquela que engatinha.
Vale resistir à tentação de oferecer o colo, sob a justificativa de poupá-la do esforço.
Aguardar o pedido. Observar.
Sorrir em vez de apiedar-se!
Um braço apoiado, o joelho arrastado, o primeiro degrau alcançado...
O espectador pode considerar lento, complicado e sofrido.
É que ele olha de cima...
Mas para ela, lá de baixo, cada nível é uma conquista.
É que ela olha para cima...
Ela mira o topo distante, sem desvalorizar o quanto já avançou.
Espere, não crie expectativas.
Antes lutando do que carregada.
Colheita
Verdade que sempre se colhe o que planta?Plante sementes, adube, cuide.
Pense que oferece o melhor de si. Seja otimista, apesar das previsões do tempo.
Preveja um futuro com cestas fartas.
Surpreenda-se com a tempestade, sem que nada você possa fazer para mudar o cenário.
Veja a enxurrada carregar terra e broto.
Testemunhe a praga se apoderar do pouco que resistiu à chuva.
Olhe para o canteiro revirado.
Tente colher o que plantou!
Impossível, não é mesmo?!
Desistir jamais.
Recomeçar sempre.
Superar limites diariamente.
Plantar conscientemente.
Há possibilidade de tudo correr água abaixo novamente.
Doses de realidade
Doses de realidade
Processo
Acusado não é sinônimo de culpado.
Réu pode ou não ser condenado.
Um processo existe para que os fatos sejam expostos e as pessoas tenham o direito de se defender.
Nem sempre aquele que acusa está com a razão. Quem gostaria de ser julgado sem poder se manifestar, sem contestar?
Pasmem! Apesar da condenação popular precipitada, muitos são absolvidos por não terem culpa mesmo, inocência provada.
Decisão judicial é fruto de análise séria, da observação minuciosa dos autos.
Na dúvida ou no choque, em muitos casos, é possível acessar o processo na internet. Faz bem ver o relatório para entender o ocorrido, ler folhas e folhas para acompanhar o raciocínio que levou a determinada decisão, em vez de acreditar nas passagens cuidadosamente escolhidas para induzir a uma compreensão equivocada.
A prática do Direito vai além do 8 ou 80, do discurso fácil, da solução enlatada, da manipulação midiática.
Intrigante ver que o tribunal leigo, baseado nas 'verdades' selecionadas pelas reportagens, condena sem dó ou absolve de plano, sem ao menos checar a fonte ou conhecer o outro lado.
Por críticas conscientes e consistentes.
Pelo apreço ao princípio do contraditório e da ampla defesa.
Pelo reconhecimento do esforço de todos os envolvidos num processo, que não podem agir com leviandade, pois trabalham com VIDAS.
19 de setembro de 2018
19 de setembro de 2018
Osso quebrado
Osso quebrado pode ser colado;
não significa que retornará ao antigo estado.
Dor enfraquece, mas ecoa dobrado
a depender do frio, do movimento, do calçado.
Rotina corrida, passadas, subidas e descidas
quase não incomodam o solado;
ao passo que a noite ou o sapato mais fino
fazem lembrar o pé machucado.
Ah, tanto ruído abafado...
Quem dera fosse aquele o único tombo levado!
Pequenos cidadãos para um futuro melhor
Em quem você vai votar, mãe?
_ Ainda não sei, meu filho. Mas já sei em quem eu não voto.
_ Mãe, o Cicrano pensa isso. O Beltrano disse que vai fazer tal coisa. Tem até musiquinha!
Perguntas, perguntas, perguntas.
_ Onde você viu isso? Como é a música?
_ Ah, o coleguinha falou que o pai dele disse!
_ E você está interessado em saber mais sobre os candidatos? Quer assistir ao horário político?
_ Sim!
_ Ótimo! Então se arrume para poder ligar a TV, leia os jornais e analise os panfletos que pegarei, para você ver com os próprios olhos as propostas de cada candidato. Nada de ficar repetindo o que os outros falam, como papagaio.
_ Sério, mãe? Eu posso?! Que legal!
_ Claro. Política é assunto de criança! Fico muito feliz em ver seu interesse, e vou esclarecer tudo que você precisar.
Pequenos cidadãos para um futuro melhor.
Se você conseguir melhorar o metro quadrado ao seu redor, já é bom.
18 de setembro de 2018
Ídolos
Admire
as pessoas e seus feitos, mas evite ter ídolos.
Seja
fã de um cantor, de um grupo, de um escritor, um professor, um político.
Entretanto, não os transforme em símbolos de perfeição, lendas, mitos.
Dificilmente
você gostará de todas as músicas do seu compositor favorito. Possivelmente não
se encantará por todos os poemas do seu livro de cabeceira. Se perder um
tempinho para refletir, você provavelmente não concordará com todas as ideias
do filósofo predileto. Certamente, você não sabe o que o
candidato honesto acatará para efetivar os projetos propagandeados. Qual seria
a lógica, então, de assumir que tudo o que fazem/dizem é digno de ser defendido
e seguido?
Saiba que muitos se beneficiam da idolatria
alheia, escondendo atitudes questionáveis por baixo do manto da retidão.
Tiradas as máscaras, todos temos defeitos.
Evite fazer propaganda gratuita, levantar
bandeiras e criar discórdia com quem não dança conforme a mesma música. Há
pessoas que ganham dinheiro e promoções para isso, acredite. Deixe esse
trabalho para os profissionais.
Ouça, leia, goste e vá a shows, porém não pense
que o artista é membro de sua família. Na verdade, ele nem sabe que você
existe.
Recuse a chance de prejudicar uma relação
sólida por algo que aparece como a solução para todos os problemas, a distração
que você acha que precisa, o caminho para a espiritualidade perdida. Muito
cuidado com os gurus e os livros escritos por humanos.
Nunca transforme alguém em amigo apenas porque
vocês dividem a mesma ideologia, em qualquer área que seja. Uma amizade precisa
de muito mais do que isso para se instalar em nossas vidas. Seja seletivo.
Não seja tolo, abraçando ídolos forjados por
causas inventadas.
Siga esse princípio ao ler meus textos. Você é
livre para deles discordar, e ficarei feliz em ver que eles o fizeram pensar.
Mas caso sejam do seu agrado, não assuma que os escrevo por ser algo próximo de
perfeita. São apenas palavras, registros de um determinado momento, expressões
de uma pessoa com várias facetas. Ninguém melhor do que você para saber disso,
meu filho.
Jamais deixe-se levar pela idolatria. Há
fronteiras que precisam ser respeitadas, em prol da integridade. Você tem
cérebro, consegue pensar por si mesmo e não precisa ser o megafone de ninguém.
Somos pensadores e podemos questionar.
Considere, faça suas escolhas, sem idolatrar.
Da série "Para os meus filhos".
3 de setembro de 2018
Com nome não se brinca
Você
tem um bem precioso, meu filho, cujo som é música para nossos ouvidos. Seu
nome, extensão da sua personalidade.
Zele
por ele. Não o empreste. Não o venda. Não permita que brinquem com ele. Não o
manche por qualquer coisa. Não deixe que ele carregue a culpa e a
responsabilidade pelos atos de outrem.
Há
casos e casos, eu sei, mas é difícil encontrar algo que compense tamanho
desprendimento.
Sempre
haverá situações de apelo, em que o uso de seu nome será aventado.
Seja
cauteloso. Saiba balancear razão e emoção. Olhe para além da situação
imediata.
Se há fonte, empreste o bem material,
considerando perdido o que não for devolvido.
Se há sobra, doe, alegrando-se com a ajuda
possível.
Se há apenas o suficiente, reparta o possível e
siga feliz.
Se há desespero, faça o impossível, porém não
sacrifique seu nome.
Em qualquer situação, é aconselhável abster-se
de certas atitudes. Assinar folha em branco. Fazer empréstimo em seu nome,
confiando no pagamento por outro. Emprestar cartão, transformando a fatura num
Kinder Ovo - nunca se sabe qual será a surpresa. Assinar qualquer documento sem
ler, confiando que alguém já o fez e que está tudo certo. Dar seu nome para
alguém administrar.
Aja com consciência e pense nas consequências.
Caso decida se responsabilizar pelo compromisso
alheio, mantenha o controle e acompanhe tudo. Prepare-se para uma eventual
necessidade de cobrir um rombo, pois a dívida passará a ser sua, meu caro.
Jamais delegue tal cuidado.
O nome é seu e, se negligenciá-lo, terá sido
por sua única e exclusiva vontade. Não culpe sequer aquele que o confundiu.
Avalie as razões que o levam a ser requisitado.
Saiba que mantendo seu nome a contento, com muitos poderá colaborar.
Entretanto, jogando-o na lama, nem a si mesmo conseguirá ajudar.
Considere todas as possibilidades. Tenha
consideração pelo outro e por sua pessoa.
Sendo você o necessitado e não encontrando
outra solução, valorize aquele que arrisca o maior tesouro e te auxilia,
acreditando na real precisão e na sua integridade.
Nunca se esqueça: maior do que o cuidado com
sua reputação e a vontade de resolver seu problema, deve ser a preocupação com
o nome daquele que te socorre.
Nem tudo pode ser comprado ou trocado, meu
filho. Nenhuma alcunha é descartável. Nada melhor do que ter a cabeça erguida ao
pronunciar seu nome e dormir sem ter manchado o alheio.
Princípios custam bordoadas ao longo da vida. É
valoroso manter-se íntegro.
Com nome não se brinca.
Da série "Para meus filhos"
31 de agosto de 2018
Cada um no seu ritmo
Não é porque alguns têm dificuldade no caminho que devemos deixar de estimular aqueles com potencial para seguir em frente.
Todos merecem apoio, na medida da capacidade individual.
Sem comparação e sem competição.
Sem parar e sem frear.
Cada um no seu ritmo.
30 de agosto de 2018
Terreno visado, cuidado dobrado
A
sementeira da negatividade é resistente.
Encontrando
solo fértil, nele semeia com desfaçatez, no esforço para alguma decepção
instalar.
Um
dia, três semanas, a cada quatro meses, duas vezes ao ano... A frequência não
importa.
Para
que a árvore da maldade se fortaleça basta que, a cada oportunidade, uma
sementinha seja plantada.
Paulatinamente,
sorrateiramente, uma nova semente, potencial broto.
É preciso muita perspicácia para detectar essas
doações revestidas de sorrisos e sonhos, mas carregadas de cobranças e
comparações.
Importante não regar, não adubar as áreas
invadidas, pois erva daninha cresce rápido e faz estragos irreversíveis.
O solo fértil, ingênuo, não consegue distinguir
carinho de carência. Apesar disso, sofre com a sobrecarga de energia negativa,
sem entender como a felicidade do semeador traria tanto peso para si.
Assim é o coração de uma criança. Terreno
visado pelos dominados pelas paixões.
Compete ao adulto, terra batida, arada pela
experiência e socada pela vida, observar a qualidade das sementes jogadas em
direção à sua cria.
Desse modo, é dever inescusável dos pais
proteger os filhos de investidas descabidas, de contatos nocivos, de pessoas
tóxicas.
Inadmissível que, para manter a política da boa
vizinhança, se submeta um inocente, ser em formação, à influência de mentes
desequilibradas e insistentes.
Tudo tem um preço, é verdade. O rótulo de chato
e intransigente está aí, para qualquer um colocar. Antes pagar pelo combate, do
que ser omisso e ver um infante arcar com o resultado da ação de crescidos
covardes.
Batalhas duradouras requerem coragem.
26 de
agosto de 2018
A problemática do discurso do amor
Tempos agitados, posicionamentos fortes, disputa
entre o bem e o mal, preocupação com o discurso de ódio.
Mas o que intriga, mesmo, é o discurso do amor.
O amor e a bondade, não raras vezes, são utilizados
para propagar a aversão e justificar delitos. Já que ama o azul, pode
esculachar quem prefere o cinza. Como é bom para alguns, pode corromper e ser
corrompido. Os amorosos formam times, angariam torcidas e fazem
discípulos.
Num raio de persuasão menor, porém não menos
importante, temos também o sublime sentimento. O motor das relações humanas. A
chama que não se apaga em meio à tempestade. A inspiração que traduz a beleza
maior do ser.
Ah, o amor... Ao
mesmo tempo, arma e armadura.
Os brados:
"Porque amo e sei o que é
melhor para você, posso desconsiderar seu sentimento. Não preciso compreender o
que me diz."
"Porque amo, eu mereço ser feliz, embora minha
felicidade custe o seu sorriso."
"Porque amo, você precisa acatar cegamente os
meus caprichos."
"Porque amo, eu não erro com
você. Não quero ouvir suas reclamações sem sentido."
"Porque amo, sou emoção. Não aceito sua
razão."
Bastante cômodo pensar que o amor é um antídoto
contra equívocos. Confortável acreditar que quem ama não erra, não fere, não
agride, não ignora o alvo da devoção.
Amar. Armar. Armadura. Alma dura.
Discurso cínico, autocentrado, que se fecha para o
diálogo, para o conhecimento do outro, para a solução de problemas. Ouvido que
se tapa para o choro, coração que não amolece diante da objeção, olho que cerra
para ignorar o apelo, cérebro que não legitima a raiva alheia.
Confusão que transforma o devoto em santo, que
cultua o próprio sentimento, que não admite o distanciamento saudável, que
cobra do ser amado a idolatria. A igreja do amor egoísta, insensível, que não
transcende as palavras, tendo como resultado prático a aflição.
Mais eficiente que o amor é o respeito. Este, sim,
é casaco que se abre para a conversa, venha ela em forma de brisa ou ventania;
é trem que enxerga a hora de partir.
Os acatamentos:
"Amo, mas posso não saber o
que é melhor para você. Porque respeito, preciso considerar seu sentimento, sua
história, seu momento."
"Amo e mereço ser feliz.
Porque respeito, sei que minha felicidade não deve custar o seu sorriso."
"Amo, mas você não precisa
acatar cegamente os meus caprichos. Porque respeito, anotarei os seus
limites."
"Amo. Contudo, sei que também
erro. Porque respeito, consigo processar suas reclamações."
"Amo e sou pura emoção. Entretanto, porque
respeito, posso entender sua razão."
Geralmente, é mais fácil ser respeitado pelo
inimigo declarado, do que por alguém que falseia adoração.
Quem ama não pode tudo.
O amor não deve ser usado como escudo.
Quem precisa se proteger encontra
um jeito.
Respeitar é expressar o amor no peito.
21 de agosto de 2018
Frustração, um aprendizado
O
segredo é aprender a lidar com a frustração.
Se
você quer aproveitar somente os momentos felizes e desiste no minuto em que
algo desagradável ocorre, perde uma grande oportunidade: a de progredir.
Abandonar
o processo diante do primeiro obstáculo é dar-se por vencido, na infrutífera
tentativa de sentir-se sempre bem.
Siga
o exemplo daqueles que sentem a dor, cambaleiam, até caem e reclamam, mas
superam e retornam ao campo para continuar a partida. Eles aproveitam o infortúnio para vencer a batalha do fortalecimento emocional.
As propagandas da felicidade plena são
tentadoras e nos iludem com a expectativa do sorriso constante.
Acontece que a grande maioria dos eventos é
recheada de sensações distintas, como alegria, medo, tristeza e raiva. É
preciso aprender a tirar proveito da risada, do espanto, da lágrima, do urro,
da queda, do sol e da tempestade.
Nascemos para enfrentar o mundo, que a cada dia
traz um desafio. Não espere que tudo aconteça conforme você deseja. Não pense
que você estará sempre contente e conseguirá abandonar um grupo, um curso, um
trabalho, um relacionamento, logo na primeira decepção. Nada é assim tão
simples de se descartar.
Às vezes, é necessário dar um passo para trás e
pegar impulso para seguir em frente.
Aquele que ambiciona ser feliz a todo tempo e a
qualquer custo pode ter uma única certeza na vida, meu filho: sofrerá muito.
Pense bem. Não desperdice a chance do
progresso.
Da série: "Para os meus filhos"
1 de agosto de 2018
Filtro íntimo
A questão não é negar o que se sente.
O desafio é controlar o que se faz com o que se sente.
Agir impulsivamente é instinto.
Analisar o sentimento é moderação.
Dominar as atitudes é razão.
A satisfação pessoal tem um custo, sempre.
Sinta, analise, pense, decida, aja, assuma.
É honroso arcar com as consequências, sem esconder-se na oportuna falta de intenção.
Atente-se. Use o filtro íntimo. Seja racional, trabalhe a emoção.
Da série "Para os meus filhos"
26 de julho de 2018
O desafio é controlar o que se faz com o que se sente.
Agir impulsivamente é instinto.
Analisar o sentimento é moderação.
Dominar as atitudes é razão.
A satisfação pessoal tem um custo, sempre.
Sinta, analise, pense, decida, aja, assuma.
É honroso arcar com as consequências, sem esconder-se na oportuna falta de intenção.
Atente-se. Use o filtro íntimo. Seja racional, trabalhe a emoção.
Da série "Para os meus filhos"
26 de julho de 2018
Escrevo porque preciso
Escrever
é uma necessidade...
O
pensamento chega, o texto se ajusta de forma meteórica e necessita ser
externado. Um processo tão rápido quanto intenso, incontrolável, que não admite
um diário trancado.
Escrevo
porque preciso. Escrevo porque sinto. Escrevo para mim, no rascunho da linha do
tempo. Escrevo por mim, pois a timidez perdeu a batalha para a vocação. Escrevo
porque transborda a luta interna.
Ainda
me admira quando alcanço os outros. A dificuldade em responder faz parte do processo de me acostumar com a exposição. A metamorfose é
inevitável.
Gratidão pela leitura das minhas palavras, que
fluem na forma de ideias que deixam o casulo. São borboletas e precisam
voar.
Fernando Pessoa resumiu bem. Escrever é
diminuir a febre de sentir.
5 de julho de 2018
Escrever
é uma necessidade...
O
pensamento chega, o texto se ajusta de forma meteórica e necessita ser
externado. Um processo tão rápido quanto intenso, incontrolável, que não admite
um diário trancado.
Escrevo
porque preciso. Escrevo porque sinto. Escrevo para mim, no rascunho da linha do
tempo. Escrevo por mim, pois a timidez perdeu a batalha para a vocação. Escrevo
porque transborda a luta interna.
Ainda
me admira quando alcanço os outros. A dificuldade em responder faz parte do processo de me acostumar com a exposição. A metamorfose é
inevitável.
Gratidão pela leitura das minhas palavras, que
fluem na forma de ideias que deixam o casulo. São borboletas e precisam
voar.
Fernando Pessoa resumiu bem. Escrever é
diminuir a febre de sentir.
5 de julho de 2018
Sobre quedas
Ah, se toda queda que causasse discussão fosse como as do Neymar...
Difícil mesmo é segurar alguém pra não cair, sabendo que nem sempre estará lá.
Desafio é ensinar a socorrer, na esperança de ver socorrido quando necessário.
Bonito é testemunhar a vontade de aprender a dar socorro, numa idade em que pouco se sabe da vida.
Digno de manchete é ouvir que disseminar esclarecimentos sobre a queda, mesmo que não beneficie a pessoa diretamente, ajuda também os outros, numa corrente do bem.
Até que acompanhar as celeumas sobre as jogadas no campo, que geram tanta preocupação na Copa, distrai.
4 de julho de 2018
Difícil mesmo é segurar alguém pra não cair, sabendo que nem sempre estará lá.
Desafio é ensinar a socorrer, na esperança de ver socorrido quando necessário.
Bonito é testemunhar a vontade de aprender a dar socorro, numa idade em que pouco se sabe da vida.
Digno de manchete é ouvir que disseminar esclarecimentos sobre a queda, mesmo que não beneficie a pessoa diretamente, ajuda também os outros, numa corrente do bem.
Até que acompanhar as celeumas sobre as jogadas no campo, que geram tanta preocupação na Copa, distrai.
4 de julho de 2018
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Escrevo porque preciso
Escrever é uma necessidade... O pensamento chega, o texto se ajusta de forma meteórica e necessita ser externado. Um process...
