sábado, 7 de abril de 2012

A quem agradar? Reflexões de Páscoa


  De todos os ensinamentos cristãos, dificílimos de serem seguidos pela humanidade, o mais simples me parece ser o respeito. Considero muito mais fácil tentar respeitar, que conseguir amar ou perdoar incondicional e verdadeiramente o próximo, ou até mesmo deixar de ofender quando afrontado, como o Mestre fazia.
          Jesus foi crucificado por dois motivos: a intolerância e a inveja. Foi vítima de atrocidades, sem nunca ter prejudicado ou forçado alguém a concordar com seus ensinamentos. Ele apenas convidava e seguia... 
O Mestre poderia ter se livrado da tortura com uma só ação: a negação de sua fé, seus princípios e suas convicções. Poderia ter deixado de lado sua missão para agradar à maioria e viver em uma sufocante e falsa harmonia. Foi tentado, porém não desviou.
Cristo conhecia os propósitos de Deus para sua vida terrena e não se curvou diante dos equivocados. Sabia que o apedrejamento destruiria sua carne, mas não a sua essência. Sacrificou-se e mostrou ao mundo que o humano/matéria vai, mas a alma permanece. 
Esse é um dos seus melhores exemplos, infelizmente não seguido por muitos daqueles que propagam aos quatro ventos sua adoração. Mensagens lindas e frases feitas em redes sociais, mas desrespeito ao próximo no dia-a-dia, pelo inconformismo de não ter suas ideias aceitas na vida do outro.
Acho interessante refletir sobre como Cristo agia diante dos que não o aceitavam. Ele é o caminho, a verdade e a vida, mas nunca compeliu os homens a segui-lo cegamente. Então por que teríamos que admitir que os imperfeitos como nós queiram ditar as regras de nossas vidas? Por que nos curvarmos diante de caprichos? 
O que será que se passa na cabeça daqueles que se consideram exemplos de amor e dignos de exigir comportamentos sobre a vida alheia? Qual o prazer ou a lógica de aborrecer quem sempre assumiu suas responsabilidades, tem uma missão em família e problemas reais para enfrentar, e nunca questionou o modo de viver de quem os interpela?
Minhas interpretações livres podem não condizer com o registrado nos livros religiosos, mas não é preciso estudar sistematicamente qualquer um deles para concluir que desrespeito ao livre-arbítrio alheio e intromissões abusivas não combinam com amor e compaixão.
Meus pesares aos que se decepcionarem, mas eu já decidi a quem devo procurar agradar, e eles estão muito longe de serem alçados à categoria d´Ele.

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