Esse não é um
texto sobre a luz no fim do túnel. É a história dos efeitos da escuridão sobre
o clarão. Das trevas que se debatem diante do brilho da felicidade. Da cegueira
incapaz de enxergar no espelho que não carrega as luminescências propagandeadas. Da
ignorância que tenta turvar a claridade. Da lugubridade que não nota em si mesma
a razão de seu sofrimento, preferindo imputá-lo à luminosidade que se aproxima.
Da sufocação que detona o fulgor do ser amado. Do negrume que, de forma nefasta,
tenta convencer o sol a deixar de iluminar. Da negritude que faz de tudo para que
o túnel continue cego, deixando os transeuntes à mercê de seus devaneios.
O cintilante, ansioso
por clarear o túnel, às vezes se perde na teia lúgubre e questiona sua
essência, passando a acreditar que talvez não tenha tanto brilho assim. Mas sua base é forte e a fonte de seus raios independe da opinião e das atitudes da obscuridade. Seu
interior é fogo, capaz de queimar qualquer semente plantada pela cerração.
Finalmente a luz se vê como realmente é e, respeitando a opção da escuridão por não
abandonar o local, prefere sair de cena. Decide usar sua energia para abrilhantar o caminho de quem
realmente a aceita.
Conclusão do túnel: só sai das trevas quem quer, e elas só conseguem ofuscar o brilho daquele que dá permissão.
*Texto dedicado à luz que abrilhanta minha vida.
*Texto dedicado à luz que abrilhanta minha vida.
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