Tenho que confessar alguns defeitos. Sou chata, muito chata.
E controladora. Quem me conhece sabe. Mas
gosto de controlar a minha vida, e sou chata por não abrir mão desse direito.
Apesar de defender a democracia na política, em minha casa
prego a ditadura. Regime familiar com dois ditadores: meu marido e eu. Negociamos
nossas regras, e são estas as aplicadas em nosso lar. Conselhos e opiniões
alheias, se e quando bem-vindos, são incorporados. Caso não coadunem com nossos
princípios, são descartados, não importa quem os tenha dado.
Mas quanta intransigência, podem pensar alguns. Bem, cada um leva a vida do jeito que quer,
mas eu considero complicadíssimo transformar seu lar em uma “Gestão Participativa”.
Você se casa com uma pessoa com costumes completamente
diferentes. Já é bastante difícil, em muitos casos, marido e mulher chegarem a
um meio termo. Então nascem os filhos, e a responsabilidade aumenta. As
decisões tomadas pelo casal agora refletirão naqueles cuja educação Deus lhes
confiou.
Imagine abrir espaço para discutir com familiares e amigos
a sua rotina, seu estilo de vida, o modo de educar as crianças, e condicionar
suas decisões às opiniões alheias. Aceitar
que um familiar questione suas determinações diante de um filho. Ou deixar que
toda e qualquer visita altere a rotina de sua casa a seu bel prazer. Não, isso
não pode dar certo.
Se eu permito que todos os bem-intencionados tenham voz
ativa na minha vida, a quem meus filhos deverão obedecer? Quais regras deverão
seguir? As dos pais? Dos avós maternos? Dos avós paternos? Dos tios? Como a
cabecinha de uma criança entende como deverá agir, se a cada momento é a opinião
de uma pessoa diferente que prevalece?
Ensinamos os meninos a seguir sempre as nossas regras, respeitando
aqueles sob cujos cuidados estiverem. E isso tem surtido efeito, pois sabemos que já se
recusaram a fazer algo que contraria nossas instruções, sugerido por familiares sem nossa presença.
Claro que a democracia será implantada para nossos filhos
paulatinamente, na medida de sua maturidade e discernimento. E obviamente, quando
adultos e donos do próprio nariz, poderão decidir por si se acatam ou não o
ponto de vista dos pais e demais familiares.
Sinto muito desapontar alguém, mas acredito que uma educação
eficaz depende de regras claras, emanadas sempre do mesmo Poder. Nesse caso, do
Pátrio Poder. E essa é a nossa vez.
Os avós já tiveram a oportunidade de criar seus filhos, e
deveriam ficar felizes quando estes repetem algo que costumavam fazer, sem nunca
cobrá-los de copiar todos os seus passos. Eles têm que entender que a educação dos netos
é o resultado da deliberação de duas pessoas que se uniram e procuram pegar da
criação que tiveram o que consideram melhor.
Os tios e amigos com herdeiros devem se ocupar com os seus. E aqueles que não possuem rebentos, se quiserem
participar da educação de alguém, que procurem tê-los.
Prefiro errar e acertar na nossa ditadura, a me arrepender
no futuro por ter dividido essa obrigação com quem não é de direito.
Afinal, a vida há de cobrar o que fizemos com a responsabilidade
que nos foi dada.
Nossa Cris, penso igual... Educação e cuidados, regras, limites, responsabilidade, respeito, principalmente respeito, tem que vir dos pais e do lar em q a crianca vive, se nao realmente, a cabecinha da crianca surta. Cabe aos pais orientar, mostrar valores, certo e errado, nunca com violência ou ameaças, mas por fazerem entender que aquilo, dentro do convívio familiar, e tolerado ou nao, com respeito e nao por medo de castigos físicos. Abraço e q Deus nos ilumine e nos guie nessa jornada de tanta responsabilidade.
ResponderExcluirCris, terreiro que não tem Galo,quem canta é frango e franguinha.
ResponderExcluirObs. e mais alguns patos e marrecos de fora.
Um abraço. Seu Pai .Jorge.
Verdade! bjo
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