quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Família - democracia ou ditadura?



Tenho que confessar alguns defeitos. Sou chata, muito chata. E controladora. Quem me conhece sabe.  Mas gosto de controlar a minha vida, e sou chata por não abrir mão desse direito.
Apesar de defender a democracia na política, em minha casa prego a ditadura. Regime familiar com dois ditadores: meu marido e eu. Negociamos nossas regras, e são estas as aplicadas em nosso lar. Conselhos e opiniões alheias, se e quando bem-vindos, são incorporados. Caso não coadunem com nossos princípios, são descartados, não importa quem os tenha dado.
Mas quanta intransigência, podem pensar alguns.  Bem, cada um leva a vida do jeito que quer, mas eu considero complicadíssimo transformar seu lar em uma “Gestão Participativa”.
Você se casa com uma pessoa com costumes completamente diferentes. Já é bastante difícil, em muitos casos, marido e mulher chegarem a um meio termo. Então nascem os filhos, e a responsabilidade aumenta. As decisões tomadas pelo casal agora refletirão naqueles cuja educação Deus lhes confiou.
Imagine abrir espaço para discutir com familiares e amigos a sua rotina, seu estilo de vida, o modo de educar as crianças, e condicionar suas decisões às opiniões alheias.  Aceitar que um familiar questione suas determinações diante de um filho. Ou deixar que toda e qualquer visita altere a rotina de sua casa a seu bel prazer. Não, isso não pode dar certo.
Se eu permito que todos os bem-intencionados tenham voz ativa na minha vida, a quem meus filhos deverão obedecer? Quais regras deverão seguir? As dos pais? Dos avós maternos? Dos avós paternos? Dos tios? Como a cabecinha de uma criança entende como deverá agir, se a cada momento é a opinião de uma pessoa diferente que prevalece?
Ensinamos os meninos a seguir sempre as nossas regras, respeitando aqueles sob cujos cuidados estiverem. E isso tem surtido efeito, pois sabemos que já se recusaram a fazer algo que contraria nossas instruções, sugerido por familiares sem nossa presença.
Claro que a democracia será implantada para nossos filhos paulatinamente, na medida de sua maturidade e discernimento. E obviamente, quando adultos e donos do próprio nariz, poderão decidir por si se acatam ou não o ponto de vista dos pais e demais familiares.
Sinto muito desapontar alguém, mas acredito que uma educação eficaz depende de regras claras, emanadas sempre do mesmo Poder. Nesse caso, do Pátrio Poder. E essa é a nossa vez.
Os avós já tiveram a oportunidade de criar seus filhos, e deveriam ficar felizes quando estes repetem algo que costumavam fazer, sem nunca cobrá-los de copiar todos os seus passos.  Eles têm que entender que a educação dos netos é o resultado da deliberação de duas pessoas que se uniram e procuram pegar da criação que tiveram o que consideram melhor.
Os tios e amigos com herdeiros devem se ocupar com os seus.  E aqueles que não possuem rebentos, se quiserem participar da educação de alguém, que procurem tê-los.
Prefiro errar e acertar na nossa ditadura, a me arrepender no futuro por ter dividido essa obrigação com quem não é de direito.
Afinal, a vida há de cobrar o que fizemos com a responsabilidade que nos foi dada.

3 comentários:

  1. Nossa Cris, penso igual... Educação e cuidados, regras, limites, responsabilidade, respeito, principalmente respeito, tem que vir dos pais e do lar em q a crianca vive, se nao realmente, a cabecinha da crianca surta. Cabe aos pais orientar, mostrar valores, certo e errado, nunca com violência ou ameaças, mas por fazerem entender que aquilo, dentro do convívio familiar, e tolerado ou nao, com respeito e nao por medo de castigos físicos. Abraço e q Deus nos ilumine e nos guie nessa jornada de tanta responsabilidade.

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  2. Cris, terreiro que não tem Galo,quem canta é frango e franguinha.
    Obs. e mais alguns patos e marrecos de fora.
    Um abraço. Seu Pai .Jorge.

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