Você, que costuma carregar o mundo nas costas, preste
atenção.
Não exija de si mesmo a solução de conflitos que não lhe pertencem, tampouco se mutile tentando satisfazer o outro.
Não pegue para si a atribuição de modificar o próximo, muito menos sofra por não consegui-lo.
A cada indivíduo cabe arcar com as consequências dos próprios atos. Você é responsável apenas pelo que faz ou deixa de fazer, e sozinho colherá os frutos de suas escolhas.
Não se
engane, acreditando que aqueles pelos quais você se dói tanto mudarão um passo em sua
vida para compartilhar sua aflição.
Se pedido, aconselhe, mas não tome para si a culpa do padecimento alheio.
Um parente não é bem visto pela sociedade? Erga a cabeça, não se envergonhe pelas falhas que não lhe são próprias.
O ente querido atua de forma questionável? Se não lhe
atinge, não se doa por aquele que ele ofendeu.
Alguém lhe pediu para solucionar questões complicadas que
empurra com a barriga há tempos, para que continue a desfrutar somente das
alegrias da vida? Recuse sem hesitar.
Você dá seu parecer técnico, mas o chefe não lhe ouve e toma
decisões equivocadas? Fique feliz pelo trabalho bem realizado;
o superior responderá pelos seus atos.
Um filho deseja dividir contigo o peso da vida que decidiu ter? Diga que essa missão não lhe pertence.
Muitas vezes, a ajuda não está em fazer pelo outro, mas sim
em mostrar que cada um deve tomar posição ativa nas questões difíceis que
aparecem em seu caminho.
Se você atua pelo próximo, quando ele aprenderá a se virar
sozinho, para que cresça diante dos obstáculos?
Não se cobre tanto... Não se transforme em avalista do universo.