segunda-feira, 3 de março de 2014

Alfabetização e sensibilidade


Um depoimento de satisfação (27 de fevereiro de 2014)


FOTO 1: Aos 5 anos, numa escola que falava de Deus, tinha acolhida, e dizia usar várias teorias, sem antecipar o processo de alfabetização. A professora fazia correção desde as primeiras letras cursivas (G,H,J), dizia que a caixa alta morreu e exigia letra redondinha em todas as atividades. Terrorismo total, com ameaças de vários tipos para quem insistisse com a letra de forma. A última palavra que ele escreveu no Jardim II, em agosto, foi 'helicóptero'. Resultado: um menino precoce, que aprendeu a ler e a escrever sozinho aos 4 anos, andava tenso, desmotivado, não queria mais desenhar, folhear livros e gibis, passou a dar mais trabalho para se alimentar.

 O QUE OS PAIS DOIDOS FIZERAM: tiraram o menino da escola, e não colocaram em outra. A mãe, que teve mais trabalho em casa, mostrou que a letra de forma não morreu e é usada em muitas ocasiões. Fez um certificado parabenizando-o por já ter alcançado o esperado para a idade dele, além de uma carta dos anjos escolares, que e stavam lhe presenteando com as "super férias". O menino usufruiu a companhia dos irmãos o dia todo e não fez qualquer atividade com letra cursiva nesse período.


FOTO 2: Aos 6 anos, numa escola que não trata de religião, é tradicional, usa cartilha, tem fama de exigente e não prega teorias alternativas. Resultado: depois de apenas um mês de aula no primeiro ano, tem um aluno empolgado, com letra caprichada, que desenvolveu sua própria técnica para treinar antes de responder a tarefa, tamanha a satisfação. Nem parece que ficou meio ano sem estudar. Correção em livro e caderno? Nenhuma, a exemplo do que ocorreu com o irmão mais velho no ano passado. Ah, e o irmão, no segundo ano, ainda pode escrever com letra de forma.


À época do Jardim II, quando questionamos a primeira escola, ouvimos: "AH, MAS O MUNDO DE HOJE É ASSIM." Nossa resposta: "Pois então, fique com ele, não serve para nós. Não há teoria que nos convença de que uma criança tem que viver como um adulto mirim e seja obrigada a antecipar etapas em sua vida."
O tempo mostra.

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