Como mencionei no post anterior, algumas
pessoas não demonstram empatia verdadeira diante da adversidade alheia. Olham
para quem está com dor e somente enxergam um corpo saudável por fora e alguém
com as faculdades mentais perfeitas. Confundem o repouso forçado com um
descanso deliberado, a licença do trabalho com deliciosas férias de dois meses,
a viagem para tratamento de saúde com um planejável passeio turístico.
Na recusa em reconhecer a cena como se
apresenta, desconsideram o olhar cansado, o emocional esgotado e o esforço
para se preservar de mais aborrecimentos, e continuam com o velho hábito de
cobrar, desafiar, reclamar ou criticar, sempre visando o próprio bem-estar. Não
importa o quão péssimo seu dia-a-dia esteja, insistem em tentar moldar sua
personalidade e querer de você o impossível, concluindo que só vale a pena ter
uma boa convivência e ajudar de fato se tudo está conforme a cartilha deles.
Claro que o discurso é sempre lindo e de quase fazer chorar, mas a
prática é bastante diferente.
Procuro usar os contratempos para analisar
minhas próprias atitudes, pois acredito que tudo que acontece vem para nos
ensinar algo e incentivar alguma mudança de comportamento. Não sei se consigo,
mas eu tento. E diante dos últimos, tenho
pensado em como somos injustos (sim, eu me incluo no grupo) ao julgar o estilo
de vida, os relacionamentos cortados, as decisões tomadas por conhecidos e
parentes.
Criticamos com base em
nossas próprias experiências, pois não compartilhamos o que de fato eles
vivenciam. Vemos um sorriso no rosto, mas não sabemos se ele simboliza a
alegria da sorte ou a força de quem enfrenta um furacão. Ouvimos uma versão dos
fatos, mas não procuramos a contraprova no outro lado. Nunca temos noção se o outro é capaz de lutar sozinho contra os obstáculos que aparecem, pouco
podemos ou queremos fazer para ajudá-lo, mas pontuamos suas falhas
rapidamente.
Quantas vezes a realidade
nos é mostrada logo após uma dura crítica e percebemos que havíamos tirado
conclusões precipitadas. E (ufa!) ficamos aliviados por elas terem se
manifestado apenas em pensamento, o qual não podemos controlar, e por termos
mantido nossa boca fechada. Se bem que alguns não conseguem, e fazem questão de
esparramar nuvens negras na pequenina porção azul de um céu que já está quase todo
nublado.
"Eu pudia tá matano, tá robano ou traficano, mais sô limpo i onesto, trabaio i pago minhas conta direitim, num peço nada pra quasi ninguém. Dá pá querditá qui tem neguim quereno mi condená só pruquê num sigo a cartiia dele? Trem di doido, sô!"
Cris, é a Bia (sua irmã)...depois preciso ver um jeito de deixar post com o meu nome.
ResponderExcluirAcompanho sempre o blog, e gosto muito dos textos... Nesse texto lembrei um pouco do livro "Mentes Perigosas"..daquela parte que fala sobre os psicopatas sociais..que nos sugam o emocional. Portanto, nada mais digno do que excluí-los de nossas vidas.E assim vamos vivendo melhor.
Bjos e saudades
Tem razão... é sempre bom analisar o que nos suga as energias de forma doentia! Saudades...
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