Remando
contra a correnteza - o nome não é por acaso. Traduz tanto o momento que
vivíamos quando o criei, quanto o modo como me sinto ao tentar cumprir minha
maior missão. Nos desafios dos últimos anos, foi bem custoso remar. A
vontade de escrever vem e volta, a água continua vindo.... Hoje retomo meu blog
em homenagem aos meus três tesouros, e ao meu parceiro de todas as horas.
A seção
“Para os meus filhos” é um projeto antigo, que tem como objetivo me fazer
entender para os maiores interessados e os mais atingidos pela minha maneira de
enxergar a vida. Antes eu educava apenas com base nas minhas crenças. Hoje eu
educo com a perspectiva de uma mãe que passou da pretensão de conseguir estar
presente o tempo todo, para a mãe que já saboreou o azedo da certeza da
finitude. Essa experiência, tão dura, mudou minha forma de ver várias coisas,
mas me fez fincar ainda mais em grande parcela do que eu já acreditava. E é
nessa realidade que eu sigo criando meus filhos para o mundo. Não é o mundo ideal
(para quem?). Todavia, é o que temos, e sua evolução depende de diversos
fatores.
Inúmeras
vezes questionaram minhas escolhas, minhas visões e meus métodos. Tenho o
palpite de que continuarão. A resposta básica é: eu não tenho a verdade
absoluta, não sei como meus filhos absorverão o que transmito, nem como usarão
essa bagagem na vida adulta. Eu só quero perceber, lá na frente, que eu fiz o
que estava ao meu alcance. E sim, eles provavelmente irão me indagar, me
enfrentar, me culpar, me fazer enxergar os desacertos; talvez demais, talvez
nem tanto, quem sabe... Nunca tive a pretensão de ser a mãe perfeita, erro com
frequência, sou uma humana bastante crítica e realista.
Quero
muito, muito mesmo, registrar o processo da tireoide, para ajudar quem passa
por situação parecida. Ainda é difícil colocar no papel, mas aos poucos a
história vai tomar sua parte no caminho.
Espero,
também, poder retribuir de algum modo o que venho aprendendo ao pinçar
vivências aqui e ali: não existe poção mágica nem a receita ideal, o amor e a
boa vontade não são exclusividade de determinados grupos. E por mais que essa
modernidade de tribos tente te encaixar em um ou outro lado, fazendo ilações a
seu respeito, você pode seguir seu próprio caminho na busca pelo que considera
prioridade.
Claro,
como o que eu escrevo raramente é programado e sai a qualquer hora,
interrompendo a mais trivial tarefa doméstica, os textos continuarão misturados
entre ficção, depoimentos e reflexões sobre variados temas.
“Se
escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.” (Bernardo Soares
– F. Pessoa)
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