quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Retomada

Remando contra a correnteza -  o nome não é por acaso. Traduz tanto o momento que vivíamos quando o criei, quanto o modo como me sinto ao tentar cumprir minha maior missão.  Nos desafios dos últimos anos, foi bem custoso remar. A vontade de escrever vem e volta, a água continua vindo.... Hoje retomo meu blog em homenagem aos meus três tesouros, e ao meu parceiro de todas as horas. 
A seção “Para os meus filhos” é um projeto antigo, que tem como objetivo me fazer entender para os maiores interessados e os mais atingidos pela minha maneira de enxergar a vida. Antes eu educava apenas com base nas minhas crenças. Hoje eu educo com a perspectiva de uma mãe que passou da pretensão de conseguir estar presente o tempo todo, para a mãe que já saboreou o azedo da certeza da finitude. Essa experiência, tão dura, mudou minha forma de ver várias coisas, mas me fez fincar ainda mais em grande parcela do que eu já acreditava. E é nessa realidade que eu sigo criando meus filhos para o mundo. Não é o mundo ideal (para quem?). Todavia, é o que temos, e sua evolução depende de diversos fatores.
Inúmeras vezes questionaram minhas escolhas, minhas visões e meus métodos. Tenho o palpite de que continuarão. A resposta básica é: eu não tenho a verdade absoluta, não sei como meus filhos absorverão o que transmito, nem como usarão essa bagagem na vida adulta. Eu só quero perceber, lá na frente, que eu fiz o que estava ao meu alcance. E sim, eles provavelmente irão me indagar, me enfrentar, me culpar, me fazer enxergar os desacertos; talvez demais, talvez nem tanto, quem sabe... Nunca tive a pretensão de ser a mãe perfeita, erro com frequência, sou uma humana bastante crítica e realista.  
Quero muito, muito mesmo, registrar o processo da tireoide, para ajudar quem passa por situação parecida. Ainda é difícil colocar no papel, mas aos poucos a história vai tomar sua parte no caminho.
Espero, também, poder retribuir de algum modo o que venho aprendendo ao pinçar vivências aqui e ali: não existe poção mágica nem a receita ideal, o amor e a boa vontade não são exclusividade de determinados grupos. E por mais que essa modernidade de tribos tente te encaixar em um ou outro lado, fazendo ilações a seu respeito, você pode seguir seu próprio caminho na busca pelo que considera prioridade.
Claro, como o que eu escrevo raramente é programado e sai a qualquer hora, interrompendo a mais trivial tarefa doméstica, os textos continuarão misturados entre ficção, depoimentos e reflexões sobre variados temas.

“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.” (Bernardo Soares – F. Pessoa)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escrevo porque preciso

Escrever é uma necessidade...  O pensamento chega, o texto se ajusta de forma meteórica e necessita ser externado. Um process...