Você não conseguiu terminar de copiar a tarefa da lousa, meu filho. A
segunda vez em poucos dias. Nós sabemos de sua dificuldade. Você se esforça
para superar essa vagareza há anos. E na semana passada, você teve a
oportunidade de copiar do caderno de seu amigo, cuja foto foi enviada a pedido
de outra mãe no grupo do Whatsapp. A questão não fotografada você ficou de
pegar com a professora.
E hoje, meu filho, eu te disse mais um
não. Eu não vou pedir no grupo de mães que me enviem a foto do caderno dos
filhos. Se você tivesse faltado à aula, por motivo de doença, talvez eu o
fizesse. Mas você estava na escola.
Sim,
eu fotografo sua agenda, seus livros e seus cadernos quando outras mães pedem.
Apesar de agir diferente com você, eu entendo os motivos delas e não me custa
ajudá-las.
Você,
eu quero treinar para a autonomia. Como você bem disse, precisa aprender a ter
responsabilidade. Quero que entenda a consequência de seus atos, que saiba
lidar com suas dificuldades, e que consiga se comunicar, sem intermediários, na
tentativa de corrigir o necessário.
Para
mim seria apenas um clique, para você será um desafio. Converse com a professora,
peça emprestado para o colega, copie no intervalo, toque a campainha do vizinho
de condomínio e pergunte se ele pode te ajudar. Peça o número do Whatsapp do
amigo, para que vocês conversem sobre a tarefa através do meu telefone, já que
você sabe os motivos de não ter o seu próprio. Enfim, dê o seu jeito.
Você
é capaz, meu filho, como eu fui, de ser protagonista do próprio aprendizado.
Terá sim meu apoio, mas não será substituído pelas minhas facilidades.
Da série: Para os meus filhos
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