Eu vi numa notícia várias mães.
Mães que deixam seus pequenos em casa para pegar no colo os filhos de outras mães. Muitas vezes, seus rebentos menores ficam sozinhos.
Mães cujo trabalho é cuidar do filho da mulher que sai para trabalhar. Que têm como função zelar pelos filhos alheios e tratar bem os animais de estimação.
Mães que, quando engravidam ou não têm coragem de deixar seu filho sozinho numa emergência, atrapalham a rotina e os planos de outra mãe, que necessita seguir para a empresa, cuidar de si mesma ou receber auxílio na lida doméstica.
Mães que precisam dar conta da limpeza, da roupa, da comida e de várias crianças, com hora marcada para tudo, sujeitas a cobranças e reclamações.
Mães que recebem um baixo salário da mãe que não consegue limpar a casa, lavar a roupa e fazer comida a qualquer momento, tendo muitas vezes dificuldade de vigiar mais de uma criança ao mesmo tempo.
Mães que ajudam mulheres a serem mães.
Eu vi. Eu testemunhei. Eu convivi. Eu fui confundida várias vezes como babá dos meus filhos.
Sim, eu fui e ainda sou uma mãe babá. E cheguei a essa conclusão há tanto tempo...
A maternidade, que deveria unir as mulheres, é uma das principais razões da exploração e da falta de compaixão, evidenciando a ausência da tão alardeada sororidade feminina.
5 de junho de 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário